DHEA ou Prasterona: Modulação Hormonal Feminina
O DHEA (Dehidroepiandrosterona ou simplesmente Prasterona) é um hormônio produzido principalmente pelas glândulas suprarrenais e funciona como um precursor de outros hormônios importantes, como estrogênio e testosterona. No corpo feminino, ele tem um papel essencial no equilíbrio hormonal, influenciando a energia, o humor, o metabolismo e até a função cognitiva. Com o passar dos anos, os níveis de DHEA naturalmente diminuem, o que pode impactar o bem-estar e acelerar alguns sinais do envelhecimento. Por isso, muitas pessoas se interessam pela suplementação desse hormônio como uma forma de manter a vitalidade e o equilíbrio do organismo.
O que é DHEA e por que ele é importante?
Classificado como um hormônio esteroide no Brasil (sendo necessário receita de controle especial), a prasterona se origina a partir do colesterol, seguindo rotas metabólicas em que enzimas específicas convertem a molécula-base em pregnenolona e, posteriormente, em DHEA. A importância desse hormônio para a saúde feminina reside no fato de que, em determinadas faixas etárias, ele serve de matéria-prima para a produção de estrogênio, hormônio que influencia ciclos menstruais, densidade óssea e outras funções relacionadas.
Na vida adulta, com a redução gradativa das funções das glândulas endócrinas, a produção de DHEA tende a cair, o que pode impactar a disposição, o tônus muscular e até a libido. Por isso, em determinados casos, especialistas discutem a possibilidade de suplementação ou intervenções personalizadas para repor esse hormônio de forma segura. Porém, qualquer abordagem nesse sentido deve considerar individualidades bioquímicas e possíveis riscos, exigindo avaliação médica criteriosa.
Como o DHEA é absorvido
O DHEA, quando suplementado, é geralmente absorvido pelo trato gastrointestinal após a ingestão oral. Ele passa pelo fígado, onde parte do hormônio é metabolizada antes de entrar na circulação sanguínea e ser distribuída para os tecidos que o convertem em estrogênios ou androgênios. Como é lipossolúvel, sua absorção é relativamente eficiente, mas pode haver alguma perda no processo.
Outra opção é a aplicação tópica ou transdérmica, que permite a absorção direta pela pele e pode reduzir a metabolização inicial no fígado. A escolha da melhor via depende do objetivo da suplementação e da recomendação profissional, já que cada método influencia a forma como o hormônio é processado e utilizado pelo corpo.
Prasterona e cuidados necessários para a saúde feminina
Por lidar diretamente com a modulação hormonal, o uso de DHEA requer cautela, especialmente entre mulheres em pré-menopausa ou menopausa, que naturalmente vivenciam quedas nos níveis hormonais. A suplementação sem supervisão médica pode desequilibrar a produção interna de estrogênios e contribuir para efeitos colaterais, como acne, oleosidade da pele, alterações no ciclo menstrual ou até risco aumentado de certos tipos de neoplasias hormônio-dependentes.
Nesse sentido, o acompanhamento periódico com exames laboratoriais e avaliação clínica minuciosa é crucial para ajustar dosagens e garantir que o DHEA seja empregado de forma a trazer benefícios, minimizando possíveis riscos. Além disso, fatores como dieta, atividade física e o estado geral de saúde devem ser observados, já que influenciam tanto a metabolização de hormônios quanto a própria demanda do organismo por essas substâncias.
Papel do DHEA na saúde feminina
O DHEA é um hormônio fundamental para o equilíbrio do corpo, pois serve como base para a produção de estrogênios e androgênios, influenciando diversas funções essenciais. Ele ajuda a manter a saúde óssea, já que o estrogênio preserva a densidade dos ossos e reduz a perda mineral com o envelhecimento. Também tem um papel importante no humor e na disposição, pois os hormônios sexuais afetam neurotransmissores ligados à energia e ao bem-estar. Além disso, o DHEA está ligado à imunidade, ajudando a regular a resposta inflamatória e fortalecendo as defesas do corpo, especialmente em mulheres com baixos níveis hormonais. Na libido, ele pode atuar como um coadjuvante, ajudando a manter o desejo sexual, embora fatores emocionais e psicológicos também tenham grande influência. Muitas mulheres que passam por mudanças hormonais, como na menopausa, podem sentir os impactos da queda do DHEA em sintomas como fadiga, alterações no sono, perda de massa muscular e queda de cabelo. Ajustar esses níveis pode melhorar a qualidade de vida, mas qualquer reposição deve ser feita com acompanhamento médico, pois cada organismo responde de maneira diferente. Além da suplementação, um estilo de vida saudável, com boa alimentação e atividade física, ajuda no equilíbrio hormonal e potencializa os benefícios do DHEA. Assim, ele pode ser visto como um aliado na manutenção do bem-estar e da vitalidade feminina em todas as fases da vida.Referências Baulieu E. E. (1996). Dehydroepiandrosterone (DHEA): a fountain of youth?. The Journal of clinical endocrinology and metabolism, 81(9), 3147–3151. https://doi.org/10.1210/jcem.81.9.8784058