Silício: fortalecimento de pele, cabelos e unhas
Por que o silicio fortalece a pele cabelos e unhas
O silício é um mineral cuja importância para a saúde cutânea, capilar e das unhas tem sido reconhecida cada vez mais nos campos de nutrição e dermatologia. Embora não seja tão popular quanto o ferro ou o cálcio, estudos apontam que o silício desempenha papel central na estrutura e na firmeza dos tecidos do corpo, participando da síntese do colágeno e de outras proteínas fundamentais [1]. Ao garantir o adequado fornecimento desse oligoelemento, muitas pessoas relatam melhorias visíveis na aparência dos cabelos, fortalecimento das unhas e manutenção de uma pele mais firme.
Destaca-se ainda, que o processo de envelhecimento é um período de grandes transformações físicas, mentais e emocionais, que podem levar o indivíduo a um estado de estresse, alterando sua autoestima e percepção de autoimagem. Ciente deste cenário e da busca pela juventude eterna, a indústria cosmética investe cada vez mais em tecnologia, para a fabricação de ativos cosmético, cada vez mais elaborados. Entre estes ativos pode-se destacar o silício orgânico, que apresenta diversas propriedades, dentre as quais pode-se destacar a atividade antioxidante, estimuladora da síntese de colágeno e elastina, auxílio na estruturação dérmica e umectante.
Neste artigo, vamos abordar como o silício é absorvido, quais vias de administração são possíveis, suas principais vantagens e desvantagens, a relevância desse mineral para cabelos e unhas, as combinações mais eficazes e quais papéis fundamentais ele realiza que outros ativos nem sempre conseguem desempenhar.
A importância do silício para cabelos e unhas
Em cabelos e unhas, a presença de silício contribui para a formação de ligações mais fortes entre as proteínas estruturais, auxiliando no crescimento saudável e na prevenção de quebras e fissuras. Esse efeito fica mais evidente quando há um aporte adequado de outros nutrientes, como aminoácidos e vitaminas específicas para a síntese proteica [1]. De forma simplificada, se imaginarmos o cabelo e a unha como uma “construção de tijolos”, o silício seria um dos responsáveis por cimentar as peças, tornando-as mais coesas e resistentes.
Além disso, esse oligoelemento participa na regulação do metabolismo de compostos que formam o sulfato de condroitina e o ácido hialurônico, moléculas importantes na hidratação e resistência de estruturas como o couro cabeludo e a matriz ungueal. Desse modo, o papel do silício vai além do simples fortalecimento mecânico, atuando também na manutenção do ambiente biológico que promove crescimento uniforme .
O papel do silício e suas origens
Encontrado em diversos alimentos, como cereais integrais, arroz, banana e alguns vegetais, o silício está naturalmente presente na crosta terrestre em forma de dióxido de silício (SiO₂). A forma biodisponível do silício para o organismo humano, no entanto, costuma ser resultante de processos biológicos, nos quais o mineral passa por transformações químicas que o tornam mais facilmente absorvido no intestino [2]. Esse processo de conversão química ocorre tanto em certas plantas quanto em indústrias de suplementos, que desenvolvem compostos estabilizados a fim de garantir boa absorção. Ele é o segundo elemento mais abundante na Terra, ficando atrás apenas do oxigênio. No nosso corpo, ele é o terceiro elemento mais presente
Do ponto de vista estrutural, o silício colabora para a formação e manutenção de proteínas como elastina e colágeno, fundamentais para a integridade dos tecidos. Em cabelos e unhas, o silício favorece a compactação das estruturas proteicas, aumentando a resistência e evitando quebras frequentes. Já na pele, auxilia na manutenção do tônus e da hidratação, atuando ainda como elemento de suporte à cicatrização e à renovação celular [2].
Vias de absorção e biodisponibilidade
A via mais comum de consumo do silício é a oral, seja por meio de dieta equilibrada ou suplementação em cápsulas ou soluções líquidas. Uma vez ingerido, o mineral segue para o intestino delgado, onde sua forma química definirá a eficiência de absorção. Compostos como ácido ortosilícico estabilizado tendem a apresentar melhor biodisponibilidade, pois são mais solúveis em água e resistentes à degradação no trato gastrointestinal [1].
Para que o silício cumpra suas funções estruturais, precisa alcançar a corrente sanguínea e, posteriormente, os tecidos-alvo. Embora haja formulações tópicas que incluam silício, a via cutânea costuma ter maior dificuldade de penetração, pois a pele atua como barreira eficaz contra partículas de maior tamanho molecular. Assim, a administração tópica é interessante, mas raramente atinge camadas profundas, sendo a rota oral a mais utilizada e estudada.
Vantagens e desvantagens do consumo de silício
A vantagem principal de uma boa ingestão de silício é a promoção da saúde de pele, cabelos e unhas por meio do fortalecimento estrutural das fibras proteicas, além de possíveis benefícios na saúde óssea e do tecido conjuntivo em geral. Outra vantagem é a boa tolerabilidade do mineral, uma vez que eventos adversos tendem a ser raros em doses usuais.
No entanto, há algumas desvantagens a considerar. Em primeiro lugar, a disponibilidade do silício na dieta moderna pode ser baixa devido ao refino dos alimentos e à diminuição do consumo de cereais integrais. Além disso, certas formas de silício em suplementos podem apresentar menor biodisponibilidade, o que torna crucial a escolha de formulações com estudos que comprovem boa absorção [2]. Por fim, não existem recomendações diárias de ingestão amplamente consolidadas para esse mineral, dificultando a definição exata de quanto consumir para objetivos específicos.
Papéis fundamentais do silício que se destacam
Um dos grandes diferenciais do silício em comparação a outros ativos é sua influência na organização do colágeno e de glicosaminoglicanos, como o ácido hialurônico. Enquanto substâncias como a biotina focam em processos enzimáticos relacionados ao metabolismo de proteínas, o silício atua diretamente na estruturação das fibras e na sinalização celular para síntese de componentes da matriz extracelular [2]. Essa capacidade de “ligar” diferentes componentes proteicos não é suprida pelo uso exclusivo de vitaminas ou aminoácidos, fazendo do silício uma peça única na engrenagem de cuidado estético.
Combinações mais eficazes
Para potencializar os efeitos benéficos do silício, muitas formulações combinam o mineral com colágeno hidrolisado, aminoácidos essenciais (como a cisteína e a metionina) e vitaminas do complexo B, sobretudo a biotina. Tais sinergias garantem que haja tanto matéria-prima (colágeno e aminoácidos) quanto cofatores (vitaminas) e o fator de organização estrutural (silício) [1]. Outro aliado comum é a vitamina C, indispensável na síntese de colágeno e que auxilia a estabilizar a estrutura formada.
A ingestão de antioxidantes naturais, como os polifenóis do chá verde e certos compostos presentes em frutas vermelhas, também pode colaborar para uma melhor eficácia do silício, pois reduzem danos oxidativos no couro cabeludo, nos folículos capilares e na pele. Assim, o ideal é manter uma dieta balanceada e, caso necessário, optar pela suplementação do mineral, sempre sob orientação de um profissional de saúde, para ajustar doses e garantir absorção adequada.
Em resumo, o silício ganha cada vez mais relevância no universo estético e dermatológico por sua atuação fundamental na arquitetura de pele, cabelos e unhas. Ao lado de outras substâncias estruturais e vitamínicas, esse mineral potencializa a estabilidade e o crescimento saudável das fibras proteicas, auxiliando na manutenção de um visual mais forte e resistente. Diante de todas as vantagens, cabe a cada indivíduo avaliar, juntamente a um especialista, se a suplementação de silício ou o consumo de alimentos ricos nesse elemento podem trazer benefícios efetivos a sua rotina de cuidados.
Referências [1] Carlisle, E. M. (1988). Silicon as an essential trace element in animal nutrition. Ciba Foundation Symposium, 121, 123–139. 10.1002/9780470720760.ch10 [2] Jugdaohsingh, R. (2007). Silicon and bone health. The Journal of Nutrition, Health & Aging, 11(2), 99–110. 10.1007/bf02982270